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CALE-SE DE ANIS é um roteiro de longa metragem ainda sem recursos para filmagens.

UM PEDACINHO DO ARGUMENTO de biAh weRTher

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Quarto de Anis. Segunda Filha entra pela direita do quarto, aparenta por volta de 25 anos, é bonita, usa um vestido branco, cabelos longos pretos como os de Anis. Ela atravessa o quarto até o toca-disco e vira o disco. Toca uma linda canção latina. A Segunda filha se chama Veneranda. Ela vai até a cama. 

Anis tem o olhar distante. Deitada, não percebe a presença de Veneranda. Esta caminha esfregando as mãos, tensa, como se quisesse começar alguma conversa. Indecisa, senta na beira da cama, reflexiva, olhos no chão. Segundos depois ela começa a argumentar  que sempre foi a filha certinha, que nunca revidou ou discordou do que a mãe dizia que era certo e que sempre escutou conselhos. Então ela começa a reclamar, perguntando do que adiantou ser a melhor filha, o que afinal de contas ela ganhou com isto além de desprezo.

Anis ainda está alheia, se volta para a filha com olhos vazios, sorri vagamente balbucia perguntas como o dia lá fora e se ela precisa de dinheiro, pois é sexta-feira. Depois sorri vagamente.

Veneranda diz que sim, que precisa de dinheiro, mas que precisa também de ouvidos. Então Anis vira o rosto obediente,

Veneranda afasta os cabelos da mãe e começa a arrancar-lhe a orelha com as próprias mãos, vagarosamente com cuidado cirúrgico. Anis aceita placidamente, sem dar um piu.

A filha termina o serviço, tira uma fronha bordada de um dos travesseiros, enrola a orelha e coloca sob o travesseiro de Anis. Sem virar o rosto, Anis aponta para o colchão. Veneranda vai ao lugar certo, pega várias notas e sai.  Anis, com sangue no lugar da orelha, se encolhe na cama e parece ressonar. Fica a música.

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